A Teologia Me Enganou - Deus Interventor

Nunca me senti assim ao escrever um artigo, como que sobre uma corda bamba. Tatear no escuro, onde as pupilas dilatadas permitem apenas ver contornos de objetos pouco definíveis. Nunca minha busca por equilíbrio me deixou tão em xeque posto os opostos: ou Deus controla tudo, ou nada. Mesmo sob neblina escrevo, até que o sol a dissipe.
 
Palco de intensas batalhas entre calvinistas e arminianos (não me declaro nenhum dos dois, prefiro fazer a vez de conciliador), o controle total de Deus ou somente a sua intervenção na história me provocou imenso desconforto. Mas só nos movemos se algo nos colocar em movimento. Minhas concepções religiosas foram tiradas da inércia ao ler Brennan Manning  em seu livro “Confiança Cega”:
 
“A pretensão, toda via, é uma perversão tão traiçoeira, que a confiança [em Deus] não é apenas contaminada por ela, mas corrompida [....] A forma mais corriqueira de pretensão é a expectativa de que Deus vai intervir direta e secretamente nos assuntos humanos”
 
O mundo vive “na expectativa de que Deus vai intervir”, evitando a doença ou curando, livrando da bala perdida, do roubo, da perda, adiando o luto ou até mesmo ressuscitando dos mortos; presumem que Ele escutará todas as orações garantindo finais felizes. A confiança e a fé são pautadas, fundamentadas, em um Deus que garante bem-estar e segurança. Tudo isso é fruto de uma geração viciada em analgésicos, morfina, intolerante a dor e ao sofrimento, que, ao menor sinal de tempestade, mostra-se suscetível ao desespero; restando-lhe acreditar que a oração tem a obrigação de mudar o curso da vida.
 
“Mas nada muda o fato histórico brutal – Jesus é pregado na cruz sem misericórdia e, apesar do ufanismo de Mateus, doze legiões de anjos não o salvaram daquela hora. [....] Confiar em Deus não significa pressupor que ele irá intervir” (John Shea) grifo meu.
 
 
Embora isso de fato aconteça às vezes, não é regra. Consequência: uma multidão de feridos, decepcionados com um Deus que não fez o que eles achavam que deveria ter feito. Esperavam livramento e veio o acidente; esperavam paz, viram guerra; querendo harmonia, lhes sobreveio o caos. Não estavam preparados para isso. Alguém precisa levar a culpa, se não eu ou o outro, Deus. Ferem Sua soberania tirando-lhe o direito de dizer: “filho, te amo, mas não farei nada”.
 
Não é sábio agir pressupondo que Deus irá intervir; dar um “passo de fé”. Ela não serve a esse propósito.
 
Prefiro viver como se Ele não fosse intervir para que, caso o faça, maravilhe-me; caso não, continuo amando-O sem limites, grato por viver, ávido por garimpar pepitas de sabedoria em meio ao cascalho da vida. Ainda que não seja capaz de responder à maior dúvida dos crentes (por que Deus permite a dor?), vivo confiando nEle; não que haverá de intervir, mas que me ama.
 
Faço coro com meu irmão mais velho, Jesus: “Aba, em tuas mãos entrego o meu espírito
 
Thiago Meirelles
Jovem, carioca, estudante de Filosofia, blogueiro, cristão protestante, músico e adorador

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