Rapper inspira lutadores com canções gospel, mas revela mágoa com veto do UFC

23-10-2012 22:03

“Um moleque do gueto, bom de briga. Dá orgulho pros irmãos, dá orgulho pra família”. É assim que Anderson Silva é retratado nas rimas de Pregador Luo. Para quem nunca ouviu o trabalho deste paulistano, Luo é um rapper que se tornou uma espécie de muso inspirador no mundo do MMA. O detalhe fica por conta de suas letras motivacionais, em tom gospel, e, mais do que isso, pelas criações específicas feitas para grandes astros dos octógonos.

Além de Anderson Silva, já ganharam canções Wanderlei Silva, Pedro Rizzo, Vitor Belfort e Lyoto Machida, entre outros. Todas contam as histórias de vida dos lutadores com um tom pessoal. A ideia surgiu no álbum “Música de Guerra - 1ª Missão”, de 2008, e até hoje a ligação do rapper é estreita com os lutadores, apesar de um veto do UFC o incomodar. A organização não permite que seus competidores entrem no octógono com músicas “próprias”, o que desmotivou o músico.

Vindo de uma infância em que misturou esporte e música, Luo entrou no mundo do MMA depois de treinar jiu-jítsu com Rocian Gracie. Nos campeonatos, o já rapper conheceu figuras importantes. Entre elas estava Vitor Belfort.

“Nós tínhamos uma assessoria em comum, e ele falou que treinava com as minhas músicas. Fui treinar com ele, como hobby e nessas ele me pediu em 2003 ou 2004 para fazer uma música para ele entrar em uma luta”, conta Luo. Depois disso, o empresário Jorge Guimarães, o Joinha, gostou da ideia e indicou alguns de seus lutadores para o rapper.

“Um dia me ligou o Lyoto pedindo uma música. E eu fiz. Depois me ligou o Pedro Rizzo e com o tempo eu compus o ‘Música de Guerra’”, explica o rapper, que se aprofundou para fazer as letras.

Luo sentava com os lutadores ou enviava questionários para traçar a biografia deles e, acrescentando alguns detalhes de motivação, fechava a letra.

“A música que ele fez para mim é irada”, diz Wanderlei Silva, ex-campeão do Pride. “Ele tem uma postura e uma atitude que me fizeram ser fã. Eu me lembro de um companheiro de treino americano que nem entendia a música, mas sentia a coisa boa. Essa mensagem de superação é importante como motivador.”

Bronca com o UFC

Luo conta que tinha a ideia de prosseguir com o trabalho, fazendo continuações para o álbum “Música de Guerra”, no entanto, a política do UFC minou o projeto. Segundo o rapper, a organização não permite que os lutadores entrem no octógono com músicas que falem deles próprios, o que fez com que suas canções fossem vetadas.

“Hoje o UFC alavancou o esporte, o que é louvável. Mas algumas atitudes são equivocadas. Na época do Pride, o (Maurício) Shogun e o Gesias (Cavalcante) entraram com as músicas deles. Mas lá com o UFC, mesmo sem serem as canções pessoais,  eu já tive de abrir mão de direitos autorais para eles usarem as músicas“, detalha o rapper.

“Pode ser que faça outro disco no futuro, mas isso me deixou chateado. Não fiz para lucrar com o MMA, fiz para que eles pudessem se motivar e eu contribuísse na vitória deles”, completa ele, que vendeu cerca de 100 mil cópias deste álbum.

Já longe do UFC, o ex-desafiante ao cinturão dos pesos pesados Pedro Rizzo ainda usa sua canção. “O Luo teve essa sacada há dez anos e foi um pioneiro. Hoje todo mundo quer usar o esporte, mas ele teve antes essa visão, valorizando os atletas. Hoje, não é só um cantor, mas um amigo”, diz o carioca, veterano de 38 anos e ainda na ativa.

A história de Luo com as lutas vem de longa data. “O MMA é o meu futebol. Tudo começou quanto eu era bem garoto e gostava do Bruce Lee e do kung fu. Minha mãe me colocou no judô, porque era menos ‘violento’ e eu treinei por um tempo. Acabei deixando o esporte de lado para fazer hip hop, mas retornei em 2000, fazendo jiu-jítsu com o Rocian Gracie.”

Oriundo da Vila Moraes, Zona Sul de São Paulo, ele viu muitos amigos irem para o caminho errado. “Foi importante estar no esporte para formar meu caráter. Enquanto os moleques estavam na rua, eu estava suando, condicionando minha mente. Quando saia, levava esta postura e conseguia recusar quando estavam fumando e queriam me passar um baseado. Eles saíam para roubar e eu lembrava do meu professor, a quem eu não queria desapontar. Fora isso, ajudou também no hip hop. As letras são degradantes, sobre ostentação e apologia às drogas, e eu fui para um lado positivo”, afirma Luo.

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